“ORNATO”

O tempo febril urde,

Deixa marca, cicatriz...

Ele mata pela raiz

A nossa frondosa juventude.

Minha vida como um triz

Velozmente, logo, passa!

Não há tempo pra que eu faça

Tudo que sempre quis.

Ontem, fui sorriso... Fui bem...

Fui vigor, fui deleite... E também,

Ontem, fui um folheado hinário...

Ontem, a carne na cova virou lameira.

Hoje, eu sou uma caveira

Ornato de ossuário.

Jurandir Silva
Enviado por Jurandir Silva em 01/05/2012
Código do texto: T3643247
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