Soneto de despedida
"De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto."
(Vinícius de Morais)
Fecham-se as Portas, fecham-se as Janelas;
Calam-se os Rádios, calam-se os Pianos;
Rendem-se os Heróis, rendem-se os Tiranos;
Subitamente apagam-se umas Velas...
Em desamor convertem-se Asas belas;
Os lúcidos transformam-se em insanos;
De lágrimas a prantos - Oceanos!
E, no Infinito, perdem-se as Donzelas!
Nesse momento imóvel, os Olhares
Vão a divergir entre os seus caminhos...
As mãos perdem a força concebida!
E, como o Céu seguindo os vastos Mares,
Os Olhos vão vivendo ali... Sozinhos...
Aquela Luz que foi-se em despedida!
*Decassílabos heroicos
01/05/2012