Soneto de 1º de maio
Dá-nos Senhor esperança no trato diário.
Que ganhar pelo suor do rosto, nosso pão,
não venha a ser vicária humilhação
não sucumba às leis de um mundo salafrário.
Que a usura não venha reter o salário,
Que nenhum homem padeça indignação.
Seja desde o 'peão' ao sócio majoritário,
dada a mesma importância e condição.
Todo vivente clama com necessidade,
Desde o útero pendemos dum mesmo galho
Fisiologicamente sofremos a mes-
ma verdade.
Como números somos joguetes dum mes-
mo baralho;
Mas, que ao menos possamos ao final da tarde,
Repousar seguros no ventre de um hones-
to trabalho.