Folhas em branco
Folhas em branco
Jorge Linhaça
Não há mais letras na minha caneta
Não há mais estro no meu pensamento
Hoje o tempo escorre mais lento
Foram-se as liras; restaram cornetas
Folhas em branco, rabiscos,caretas
Nem mais um verso preenche o momento
Foi-se a alegria do meu sentimento
E a agonia em seus braços me estreita
Se o meu canto por fim silencia
Rasga-se o manto da minha poesia
Fogem as rimas pra longe voando
Folhas em branco de meu desespero
São iguarias sem nenhum tempero
Abandonadas num prato, num canto.
Salvador,30 de abril de 2012.