A TRISTEZA DO POETA
JB Xavier
28-04-2012

 
Homenagem a Marco Aurélio Vieira,
por seu soneto “ESCOMBROS”
 
Sinfonias completas de uma nota só,
Universos infinitos que enfim decaem
Um sustenido, um acalanto a fazer dó
Veias abertas donde esperanças se esvaem...
 
Futuro de alvíssaras reduzido a pó
Pedra de Sísifo donde esperanças saem
Vento que impiedoso vai recusando a ló,
Sonhos perdidos que se vão e se abstraem...
 
E o poeta, nas veias pulsantes da poesia
Soerguendo-se bem acima do universo
Segue o rumo que lhe aponta o infinito
 
Vai-se o sol, vão-se as flores e vem outro dia.
E  replantando primaveras com seu verso
Lança no universo a tristeza de seu grito.
 
* * *
 
 
ESCOMBROS
Marco Aurélio Vieira


Nas mansões em ruínas das ausências
de quem teve um começo afortunado
de felícias, blandícias e inocências...
Nos entulhos, poeiras do passado...

eu ergui minha tela de dolências,
frustrações de um destino mal traçado...
Derramei tinta tóxica de imprudências
no cenário mortiço e acinzentado.

Dilacera a saudade dos primórdios
de melódicos sons em monocórdios...
Sinfonias completas de uma nota...

Oh, que ardência em meu peito merencório...
Nos escombros dos sonhos, meu velório,
o meu próprio final que se denota.

* * *

Vsite a página de Marco Aurélio AQUI

JB Xavier
Enviado por JB Xavier em 28/04/2012
Reeditado em 28/04/2012
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