SENHORA DOS MEUS SONHOS
Duas da tarde: – O céu tornou-se escuro,
manteve acima a cor do seu recado,
depois verteu o cinza concentrado
e derramou-se para além do muro.
Às três e meia, tudo já mudado,
brilhava o sol um brilho prematuro,
a esticar seus raios com apuro,
por entre o ar chovido, o seu traçado.
Às quatro horas, quase ao fim da tarde,
a brisa leve seca o mundo em volta.
O tempo pausa, em súbito sossego...
A cor azul, lembrança de um mar grego,
despega um tom e surge em viravolta:
– Senhora dos meus sonhos, tempestades.
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