SENHORA DOS MEUS SONHOS

Duas da tarde: – O céu tornou-se escuro,

manteve acima a cor do seu recado,

depois verteu o cinza concentrado

e derramou-se para além do muro.

Às três e meia, tudo já mudado,

brilhava o sol um brilho prematuro,

a esticar seus raios com apuro,

por entre o ar chovido, o seu traçado.

Às quatro horas, quase ao fim da tarde,

a brisa leve seca o mundo em volta.

O tempo pausa, em súbito sossego...

A cor azul, lembrança de um mar grego,

despega um tom e surge em viravolta:

– Senhora dos meus sonhos, tempestades.

nilzaazzi.blogspot.com.br