A VIDA COMO ELA NÃO É

Em nada é demais nem de menos na vida;

Tudo é quociente daquilo que fazemos,

O que descartarmos no tempo que vivemos

Virá um dia cobrando a história não vivida.

Dos amores, as perdas por intolerâncias,

Dos momentos, o esquecimento do sorriso,

Das emoções, o espelho de um Narciso,

Do simples, o vil desdenhar da importância.

A vida, vau pênsil sobre águas correntes,

Transborda em cheia tal quais chuvas nas enchentes

Às margens pondo tudo quanto recolheu.

Quando finda, ao mar requer a sua nascente

Para buscar o que deixou vaidosamente:

O cristalino que no leito se perdeu.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 26/04/2012
Reeditado em 27/04/2012
Código do texto: T3634595