É PARA MIM QUE ESCREVO
É para mim, somente a mim que escrevo.
Depois, se por descuido alguém me ler,
Deixe das impressões uma qualquer
Nas folhas de um quarteto ou de um só trevo.
Não sei a qu’estes versos eu me atrevo
Bendizer, maldizer, o que disser
O frágil coração de uma mulher
Pare ou dispare no ápice do frevo.
Num descompasso eu danço um minueto
Digo quem sou, o que penso que sei
E já não sou o que finjo que disse.
É para mim que escrevo. E este soneto
É o que penso agora ou o que hei
De ainda ser o que fora ou fingisse.
É para mim, somente a mim que escrevo.
Depois, se por descuido alguém me ler,
Deixe das impressões uma qualquer
Nas folhas de um quarteto ou de um só trevo.
Não sei a qu’estes versos eu me atrevo
Bendizer, maldizer, o que disser
O frágil coração de uma mulher
Pare ou dispare no ápice do frevo.
Num descompasso eu danço um minueto
Digo quem sou, o que penso que sei
E já não sou o que finjo que disse.
É para mim que escrevo. E este soneto
É o que penso agora ou o que hei
De ainda ser o que fora ou fingisse.