É PARA MIM QUE ESCREVO

É para mim, somente a mim que escrevo.
Depois, se por descuido alguém me ler,
Deixe das impressões uma qualquer
Nas folhas de um quarteto ou de um só trevo.

Não sei a qu’estes versos eu me atrevo
Bendizer, maldizer, o que disser
O frágil coração de uma mulher
Pare ou dispare no ápice do frevo.

Num descompasso eu danço um minueto
Digo quem sou, o que penso que sei
E já não sou o que finjo que disse.

É para mim que escrevo. E este soneto
É o que penso agora ou o que hei
De ainda ser o que fora ou fingisse.

LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 25/04/2012
Reeditado em 27/04/2012
Código do texto: T3633393
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