PRELÚDIO DAS FOLHAS SECAS
Manhãs de Abril! Sopra o vento maestrante
Canta a sinfonia de outono, sonata aliciante
Em solfejo mortal de harmonia inebriante
Desnuda os galhos, caem as folhas tremulantes
Iludidas nessa orgia insistem em valsar
O balé clássico que leva suas cores pelo ar
Umas caem na terra, perecem a secar
Outras se dispersam, vão peças água a rolar.
Prelúdio que renova a natureza e o sonho
Secam-se as folhas, a poesia que componho
Em um ciclo sem fim, alegre e tristonho.
Com as folhas se vão meus sonhos e versos
Nesses dias de outono, mostram seus reversos
Morrem e renascem em mágico processo.