NAUS
Ora sinto que seguem tão distantes
aquelas minhas belas naus da infância
que foram pelo mar das inconstantes
ondas e se perderam na distância.
Na praia ergui altíssimos mirantes
só para vê-las, contra a rutilância
do horizonte, surgindo triunfantes
depois de tanta espera e vigilância.
Mas vão distantes, num longíquo mar,
as minhas naus, as velas da euforia,
contruídas no instante do sonhar.
E novas naus do peito vão surgindo
com velas brancas e, que todo dia,
vão mostrando que o tempo nunca é findo.
Garça (SP), 22 de abril de 2012.