OUTONAL
Um vento ameno visita o sul do planeta
Desnudando o seu galho, as folhas libertas.
Dispersas se vão zoando rumo à sarjeta
Em montes de morte, à sorte e descobertas.
O céu vespertino doura os halos gris,
Garoas mansas bordam o céu em pesponte,
Pontas de nuvens traçam em riscos de giz
O quadro negro da noite lá no horizonte.
Começa o desgrenho tiritante e cruel
Pelo canto das gralhas abrindo as pinhas,
Prenúncio de geada e do tempo em revel.
Fogões fumam fumaça de angico sequinho,
E pela cozinha, um cheiro de polenta
Atiça as gustativas a um copo de vinho.