OUTONAL

Um vento ameno visita o sul do planeta

Desnudando o seu galho, as folhas libertas.

Dispersas se vão zoando rumo à sarjeta

Em montes de morte, à sorte e descobertas.

O céu vespertino doura os halos gris,

Garoas mansas bordam o céu em pesponte,

Pontas de nuvens traçam em riscos de giz

O quadro negro da noite lá no horizonte.

Começa o desgrenho tiritante e cruel

Pelo canto das gralhas abrindo as pinhas,

Prenúncio de geada e do tempo em revel.

Fogões fumam fumaça de angico sequinho,

E pela cozinha, um cheiro de polenta

Atiça as gustativas a um copo de vinho.

Vilmar Daufenbach
Enviado por Vilmar Daufenbach em 24/04/2012
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