Amar

Amar é ver estrelas sem ver céu,
pisar no etéreo véu das mil quimeras,
sentindo a luz de eternas primaveras
ser prisioneiro, sem ter sido réu;
 
é cavalgar no lombo de um corcel
no chão das ilusões. Sentir, deveras,
a força da poesia de outras eras
na voz do trovador, do menestrel.

Viver sentindo n’alma o mundo inteiro,
ser barco em alto mar, sem ter barqueiro
e nele mergulhar, sem peias, medos.

Voar sem asas, sem eira nem beira,
ser ar e terra, espinhos e roseira,
sonhar pisando farpas de penedos.
 
Brasília, 24 de Abril de 2012.
Livro: Sonetos Diversos, pg. 103
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 24/04/2012
Reeditado em 21/08/2020
Código do texto: T3630579
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.