UIVOS.
soneto-117.


Uivava o vento em ecos no vazio imenso,
De boqueirões falésias em triste pranto,
Árvores a ringirem seu caule em canto,
Em balanceios copas ao chão suspenso.

De bravias ondas espumas que se espalha,
Em caracóis deitando-se sobre a areia,
Languente som a celebrar nefasta ceia,
E o extermínio a vir no chocalhar navalha.

Se o mar afoito de uivo ronca assombrado,
Do forte vento a dissipar o mar de enfado,
Com triste eco de um alvor nasce na penha.

No poluído dos dejetos morre-se em vão,
Ciranda a morte no planeta nosso chão,
Insensível ser que seu próprio fim desenha.

Cosme B Araujo.
22/04/2012.

CBPOESIAS
Enviado por CBPOESIAS em 23/04/2012
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