Os meus olhos corroem os asfaltos
Os meus olhos corroem os asfaltos
Intrauterinos impassíveis dentro
Dos eus fetos, de todos os meus altos
Estados do silente e obscuro centro
Que habitam toda a região do mim...
Abismo faz-se carne em eu nenhum,
Preenchidos com nervos de marfim
Que rasgam todo o asfalto-véu comum.
Treme o Abismo ante a fúria deste fogo
Que rompe destas ruas de trajetos
Obscuros, derretendo o asfalto inteiro,
Molécula a molécula, num jogo
Silencioso e tão febril de retos
Caminhos em incerteza e tão certeiro.