Eu já não falo as falas deste mundo!
Eu já não falo as falas deste mundo
Nem passeio p’las letras do alfabeto;
E nem sei se o meu olhar circunspecto
Lê os ecos dum ciclo moribundo.
Da alma extorqui o verso fecundo
- Floreado, contado e sempre correcto -
Aquele que tu lias com tanto afecto,
E aninhavas no teu olhar jucundo.
Deixo-te, hoje, este último soneto,
De contas incorrectas e obsoleto,
Enquanto por outras artes vagabundo.
E se, agora, deixei de contar letras,
Sei que não me incriminas, nem me impetras
Que eu fale as falas do teu velho mundo!