BONECA DE PANO

Boneca de pano, tão macio, surrado,

De pano molhado no suor da camisa;

Boneca de pano, pano verde listrado,

Este homem, cansado, falar-te precisa.

Boneca de pano... Da face de louça,

Se tu tens tristezas, escondes tão bem;

De minha menina, com jeito de moça,

És mais que brinquedo... És doce neném.

Boneca de pano dos cabelos macios,

Assim como choram as névoas dos rios,

Destes olhos chorosos uma lágrima cai;

Ao lembrar a inocência de minha pequena,

De joelhos e a dizer-te: Que tal uma novena,

Pra que Deus dê emprego ao querido papai!

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 18/04/2012
Código do texto: T3620415
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