A MOÇA E O MENDIGO
Sobre aquela calçada, úmida e fria,
Imenso reflexo de total desamor,
O pobre e barbudo velho dormia,
Entre farrapos de fétido cobertor;
Eis, que surge por entre a neblina,
No ultimo suspiro da madrugada;
O vulto de uma imagem feminina,
A caminhar tão rápida pela calçada.
E o velho salta aos prantos, ligeiro,
E, como num momento derradeiro,
No peito, uma luz de repente brilha;
Eis que a moça corre, tão assustada,
Ligeira, desaparece naquela calçada,
E, o velho apenas murmura... Filha!