Soneto do Anjo
Esta vida passa num ritmo de monnótono
Mas o tempo passa rápido, criança.
E daqui a pouco, a mão que balança o berço vai cessar,
E logo-logo, tu, criança, há de balançar um berço.
As coisas mudam devagar, rapaz.
E quando menos se espera, vem o desatino.
Os amigos passam, se acabam e tu ficas sozinho.
Um dia há de entender, e fltuando te vás.
É rápido o farfalhar do pano, senhor.
Quando menos se espera, ele já está a passar.
A Idade chega a galope, e nem mesmo permite teu último gole.
Vem com calma, ancião, traz teu copo na mão
Mais uma vez, o gosto púrpura há de provar,
e com a mesma leveza do destino, há de neste último suspiro, tua alma levar.