TU ME EXORTAS... [CCCXXXI]
Cada qual faz romagem que a procura
e esta minha, raiada em ti, se aferra;
tens fascínios telúricos da terra,
que teus dons são constantes da natura.
Sem luxúria, a meiguice em ti (ternura!),
ao frescor que se espraia de uma serra,
põe o tom natural que em ti se encerra,
por escarpas, num cerro ou na planura.
Tu me exortas beber do bem que sinto...
E tens gosto melhor que o vinho tinto
e embriagas, sem que me causes danos.
Já quisera comigo, d’alma em chamas,
albergar-te no corpo, e sem pijamas,
num quadrante da vida, ao mais dos anos.
Fort., 18/04/2012.