Sono desumano

Dormem muitos rostos,

como roupas esquecidas nos varais.

Ao vento, na chuva, ao sol, na escuridão.

Rostos que não sonham mais.

Não armazenam mais lembranças.

O dia não traz esperança ou ilusão.

A TV só passa o tempo,

o rádio engana a solidão.

A janela traz a luz da lua cheia,

as estrelas fazem vibrar as veias,

mas o olhar é um porto sem navios.

Num asilo, hospital ou numa casa alheia,

dormem estes rostos sem participar da Ceia

que o Mestre nos legou desde que "Subiu....

(Direitos autorais reservados).

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 28/01/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T361865
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