Véu

Levante-se este véu sobre as palavras

e se verá a essência da poesia,

porque esse tênue véu que se estendia

era o cascalho donde vêm as lavras.

Eu garimpo silêncios na peneira

de onde extraio estrelas desmaiadas;

escorrem-me das mãos águas-furtadas

que o vento sopra e leva na poeira.

Fica-me só a memória desse brilho

que foi fugaz momento de ternura,

como se fora o abraço de um filho

partido há muito numa noite escura.

Este véu é o caminho que hoje trilho

e onde me invento criador e criatura.

luca barbabianca
Enviado por luca barbabianca em 17/04/2012
Reeditado em 05/09/2012
Código do texto: T3618401
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