RUBRO SONETO DA PAIXÃO

Rubra paixão que ascende o desejo. Aproveita o ensejo

Do olhar misterioso que encobre, promessas descobre

Passos lentos a distância cobre. O caminhar desnobre.

Ensaia movimentos em graves arpejos, sutis sobejos.

Rubros lábios abrem- se sedentos. Suaves e desatentos

Sussurram palavras de amor indistinto, num jeito faminto

Tinge-se a face da cor do vinho tinto. Ósculo de absinto

Inebria a alma em doces tormentos, vagos tangimentos.

Rubro sangue que nas veias se inflama, caliente alfama

Esconde a outra face do amor. Um sentimento abrasador

Lava que no corpo ferve e derrama, ascende uma chama.

Transforma em cor a mais louca paixão, rubra sensação

Colore esse soneto, meus toscos versos. Mostram reversos

Do amor ingênuo que ignora a razão, ilude o coração.

Sonia de Fátima Machado Silva
Enviado por Sonia de Fátima Machado Silva em 17/04/2012
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