Soneto do Viver

Como a Pluma (que vai caindo à Graça)

Entregue ao Vento (errante Imperador),

Passando entre Suspiros vis d'Amor...

Esta Vida acontece e se faz lassa.

Se se visse que a Vida sempre passa;

Se se ouvissem seus brados de terror;

Não perder-se-ia já seu Resplendor...

E dir-se-ia qu'o Eterno ela perpassa.

Mas se passa... Mais curta ela se faz!

Se curta... Engrandecida ela há de ser!

D'entre tormentas... Busca-se ter Paz...

O Tempo, maior medo do viver,

Da Vida é servo... Súdito sequaz...

Enquanto a Pluma o chão logo há de ter!

*Decassílabos no ritmo heroico

16/04/2012

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 16/04/2012
Reeditado em 07/07/2012
Código do texto: T3616971
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