Aos mestres
Há muito que meu mestre me dizia,
que todo mestre é sempre um aprendiz.
Naquele tempo o lápis era o giz
e a folha de papel, a lousa fria.
Bem sei que meu bom mestre já sabia
o quanto aprendia ao ensinar:
"não há amor se não se sabe amar
e não há brisa se há ventania"...
Cresci ouvindo o mestre todo dia
e fui ouvindo, ao tempo que crescia,
até que meu bom mestre foi embora.
Hoje, que sou, do mestre, um aprendiz,
não uso o quadro-negro nem o giz,
mas faço as lições como outora.
O teu saber (meu mestre) vive agora,
em cada um dos versos que já fiz.