Lamento
A mim me dói, demais, ouvir a motosserra,
a predizer o fim da bela mata virgem,
por conta do poder, que causa tal vertigem,
que tanto mal impõe aos povos desta terra;
e tudo virará somente pó, fuligem,
pois nada restará do vale, rio e serra
do encanto, secular, que a verde mata encerra,
da poesia e a paz, que nela têm origem.
Silenciará a voz de tantos povos, tantos,
de vida milenar e seus saberes todos,
aos quais se negará sentido ou importância.
E tudo findará, até os fartos prantos,
que se transformarão em nada mais que lodos,
em nome do poder, em nome da ganância.
Brasília, 16 de Abril de 2012.
Livro: CANTOS DE RESISTÊNCIA, pg. 37
A mim me dói, demais, ouvir a motosserra,
a predizer o fim da bela mata virgem,
por conta do poder, que causa tal vertigem,
que tanto mal impõe aos povos desta terra;
e tudo virará somente pó, fuligem,
pois nada restará do vale, rio e serra
do encanto, secular, que a verde mata encerra,
da poesia e a paz, que nela têm origem.
Silenciará a voz de tantos povos, tantos,
de vida milenar e seus saberes todos,
aos quais se negará sentido ou importância.
E tudo findará, até os fartos prantos,
que se transformarão em nada mais que lodos,
em nome do poder, em nome da ganância.
Brasília, 16 de Abril de 2012.
Livro: CANTOS DE RESISTÊNCIA, pg. 37