Numa paixão desenfreada

O ser sentimental que habita em mim

se esvai em prantos por um grande amor,

ainda chora a mágoa, chora a dor,

inda cultiva flores no jardim.

Sentimental no porte e nas feições,

que não sabe ocultar o pensamento

(o rosto mostra logo o sentimento

a se estampar), me perco nas paixões.

E foi numa paixão desenfreada,

irracional, talvez, que eu me perdi,

senti desmoronar todo meu ser.

Pra minha proteção, não fiz mais nada;

o ser sentimental não mais eu vi:

metamorfoseou-se, sem querer.