VENDAVAL
No vendaval dessa paixão que me domina
meu corpo entrega-se ao entorpecimento.
Conquanto logo venha o arrependimento
de tal fragilidade que me alucina!
Esse martírio que a razão me elimina
e que me leva quase ao aniquilamento.
Provoca dores, desordena o pensamento,
e a este vazio cimério me confina!
Ah! Essa parte de minh’alma, amputada,
essa tristura em meu corpo entranhada,
que me condena ao lutuoso isolamento...
Ah! Essa ferida jamais cicatrizada,
que não permite essa dor seja encerrada,
lega sua marca neste rosto macilento!
(Milla Pereira)
Ótima segunda-feira a todos!