TEMPO, MEU TEMPO
Deixem-me viver o tempo, meu tempo
Desses que correm para um lugar qualquer
Deixem-me viver como eu bem quizer
De forma travessa, sem censura, desatento.
Deixem-me agarrar o tempo, meu tempo
Esse mesmo que me escapa entre os dedos
Deixem-me viver a ilusão de meus medos
De forma infantil, sem pressa, sem tormento.
E assim viver senão o tempo, meu tempo
Que passa por mim sem avisar, apressado
E termina em algum muro de lamento.
Que fazer então desse tempo, meu tempo
Que ignora meu inconstante caminhar
E os sonhos, muitos, que acalento.