Devaneios
E tu podias vir, adormecer na rede
ouvindo o sabiá, que canta na mangueira,
e tantos bem-te-vis, que ciscam pela beira
e vem, no pote meu, matar a fome e sede.
Na rede adormecer, sentindo o doce cheiro
das flores a se abrir, soltando o seu perfume,
enquanto, lá no céu, a lua vem, relume,
e o vento, a farfalhar, nas folhas do coqueiro.
Podias, sim, dormir, amanhecer no rancho
no qual, sozinha estou, a te esperar querido,
e do regato, ouvir, também, o seu queixume.
E sofro assim, sem ti, sou passarinho implume,
que vive sem achar um ninho, tão perdido
diante da extensão do céu escuro e ancho.
Brasília, 15 de Abril de 2012.
Sonetos diversos, pg.91
E tu podias vir, adormecer na rede
ouvindo o sabiá, que canta na mangueira,
e tantos bem-te-vis, que ciscam pela beira
e vem, no pote meu, matar a fome e sede.
Na rede adormecer, sentindo o doce cheiro
das flores a se abrir, soltando o seu perfume,
enquanto, lá no céu, a lua vem, relume,
e o vento, a farfalhar, nas folhas do coqueiro.
Podias, sim, dormir, amanhecer no rancho
no qual, sozinha estou, a te esperar querido,
e do regato, ouvir, também, o seu queixume.
E sofro assim, sem ti, sou passarinho implume,
que vive sem achar um ninho, tão perdido
diante da extensão do céu escuro e ancho.
Brasília, 15 de Abril de 2012.
Sonetos diversos, pg.91