APOIADO NA POEIRA DO TEMPO!

A asonia chegou na madrugada,

O senhor levantou-se aborrecido

e se escorando num jeito sustido,

foi caminhando até uma bancada...

Sobre ela repousavam velhos livros...

Descerrou o que mais lhe era encantamento,

Soprou-lhe todo pó do pensamento

E Riu! [Pensou: “Que Deus jamais me livros!”]

Nele estavam lembranças tão felizes,

[Suas, dos filhos, netos, dos bisnetos]!

Páginas carregadas só de afetos,

que não voltam mais pras suas raízes!

Bendita emoções desse madrigal!

Nas lembranças chegou o sono afinal!