Efervescência
 
 
 

 
Prolonga-me nos ossos essa ânsia-matemática
sob um risco, a baliza – progressão geométrica -,
e a ruga em ondas do picadeiro refaz a estética
num ato acrobático, num tênue palco de mágica.
 
 
Dentro da máscara, durante a avaliação do jogo,
ponho-me diante de uma platéia  circunstancial.
A mão livre, tolamente túrgida, segura o punhal
que me arremessa o tempo, furiosa roda de fogo.
 
 
Lábios salivam ácidos, o meu desejo se prepara
sobrepujar o grito bizarro, que me comovo.
A noite inspira executar frígida pirueta mortal.
 
 
- Como carmim de nossa boca já se prenunciara
o meu beijo trêmulo, companheiro, inaugural:
Circo efervescente do amor e do show, de novo.

Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 14/04/2012
Código do texto: T3612172
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