Mondego
Da janela do meu quarto, em frente ao Mondego
Cedo, bem cedinho, manhã que se acorda; o frio
Cortando minha pele, e a carne e o fundo rego;
Minha’alma, contrita e restrita em si, vê o difuso rio
Que passa calmo, largo, e que vem vindo do lado Norte
Da mãe Coimbra; berço dos poetas e fadistas augustos
E as ruas e vielas que abraçam os novos viageiros,
Onde sobem ou descem os saudosos maloqueiros
Encanta com felicidade quando os acolhe e os beija!
Mas filhos e netos, vivos ou retos, que a fome aleija,
Nadando e flutuando aprende que a volta é peleja
Dos parentes que se foram e choram nos canteiros!.
Da janela do meu quarto, em frente ao Mondego
Cedo, bem cedinho, manhã que se acorda; o frio
Cortando minha pele, e a carne e o fundo rego;
Minha’alma, contrita e restrita em si, vê o difuso rio
Que passa calmo, largo, e que vem vindo do lado Norte
Da mãe Coimbra; berço dos poetas e fadistas augustos
Qu’encantam lobos e lobistas que sugam, até a mortorte,
Homens e mulheres, sangrando até os estimados bustos!E as ruas e vielas que abraçam os novos viageiros,
Onde sobem ou descem os saudosos maloqueiros
Encanta com felicidade quando os acolhe e os beija!
Mas filhos e netos, vivos ou retos, que a fome aleija,
Nadando e flutuando aprende que a volta é peleja
Dos parentes que se foram e choram nos canteiros!.