GRITOS
Odir Milanez
O vento invade o verbo e vira a folha
do poema pensado e não escrito.
Sem mais inspiração, sem mais escolha,
pulsa o poeta o seu primeiro grito.
A sua mente explode, como bolha
bafejada da boca de um maldito
que se vale do vento pra que tolha
do vate o verso à vida não transcrito.
Outro grito seu estro contamina.
A vida à sua volta mais parece
nutante noite que jamais termina!
Um grito a mais a mente obscurece.
O poeta, perdido, predestina
ser somente saudade, e enlouquece...
JPessoa/PB
13.04.2012
oklima
Sou somente um escriba
que escuta a voz do vento
e versa versos de amor....