A ÁRVORE
Acolhendo os afagos do sol matutino,
ressuscito-me inteiro no puro da vida...
À delícia do dia eu me entrego menino
e me amparo no colo da paz renascida...
E desperto de mim o sonhar peregrino
que adormece, por vezes, na trilha perdida,
nos desvios sombrios, ardis do destino,
mas, perante esse mimo, retorna à guarida...
Eu me pego fitando meneios ao vento
de uma árvore bela, robusta, viçosa
e celebro o viver, aprendendo a lição:
Ela, sendo tão forte, que gera alimento,
aos anseios do vento se dá, dadivosa,
mas mantém as raízes bem firmes no chão.