Santo vazio

Tão oco, o tosco, o santo escaldado

Tão pleno, sereno, em sua existência

De inócuo e oco, tem só a aparência

Na essência é um barroco mui alinhado

Tenta, no buraco da inerte presença

Ser o que não é, um santo pecaminoso

Que mesmo inda sendo tão vergonhoso

Mostra as vergonhas em complacência

Tão perto, tão longe, tão nada... e tudo

Seria melhor, quem sabe, ficar mudo

Na calada da noite já tão purificada

Que santo é? Nem sei agora lhes dizer

Do pau oco, falso, da oração de maldizer

Ou talvez apenas uma alma tão cansada

Eder Ferreira
Enviado por Eder Ferreira em 12/04/2012
Reeditado em 12/04/2012
Código do texto: T3608679
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