Eu não sei fazer sonetos
Escreveria sonetos se soubesse,
Mas agora confesso o meu defeito,
Nunca tive sucesso neste feito.
Se bem que o erro, é o que eternece.
Eu colho o verso errôneo, minha messe,
Sem ter qualquer vanglória pelo efeito
Da praga: rima sóbria, sem conceito,
Que mata minha idéia, que emurchece.
O mundo de dez sílabas, heróico,
Poda e limita a ébria letra lírica
Do ceifador que é jovem simplório.
E de um homem tépido e estóico,
Olvidado da sábia flor onírica,
O soneto será pai obrigatório.