RESSURGIMENTO
Divenei Boseli

Quando voltares - mesmo de repente -
não te farei cobranças. Meus dois braços 
transformarei em dois singelos laços 
para envolver-te doce e ternamente.

 
Se eu vir em ti as marcas de fracassos 
desviarei o olhar, discretamente… 
Discretamente, se me vens contente,
não pedirei relato dos teus passos…

 
Ressurgirei das cinzas negras, frias 
que me cobriram por milhões de dias 
enquanto andavas por jardins (ou lodos…)

 
E mais que o antigo amor, o amor de agora 
me levará enquanto tarda a aurora, 
por sobre as nuvens, entre os astros todos!

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POR QUE?
Divenei Boseli

Homem, que te deitaste, ousado, em minha cama

e comigo fizeste os filhos que tivemos,
como é comum ao ser que vive, luta e ama
e mostra a todo mundo a farsa que vivemos;
 
homem, que me envolveste em ardilosa trama,
comigo tripudiaste e, em brigas, nos batemos,
como é comum a quem faz da comédia o drama
e vai expor na feira os sonhos que vendemos;
 
a quem eu escrevi meu verso mais amargo,
por quem cedo verti a lágrima mais linda
e tarde desprezei, audaz, com gesto largo;
 
se até já te esqueci, se a nossa trilha é finda,
por que te escrevo agora estes versos de embargo?
Se não te quero mais, por que te escrevo ainda?...

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UBT
Enviado por UBT em 11/04/2012
Reeditado em 22/11/2012
Código do texto: T3606247
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