RESSURGIMENTO
Divenei Boseli
Quando voltares - mesmo de repente -
não te farei cobranças. Meus dois braços
transformarei em dois singelos laços
para envolver-te doce e ternamente.
Se eu vir em ti as marcas de fracassos
desviarei o olhar, discretamente…
Discretamente, se me vens contente,
não pedirei relato dos teus passos…
Ressurgirei das cinzas negras, frias
que me cobriram por milhões de dias
enquanto andavas por jardins (ou lodos…)
E mais que o antigo amor, o amor de agora
me levará enquanto tarda a aurora,
por sobre as nuvens, entre os astros todos!
Divenei Boseli
Quando voltares - mesmo de repente -
não te farei cobranças. Meus dois braços
transformarei em dois singelos laços
para envolver-te doce e ternamente.
Se eu vir em ti as marcas de fracassos
desviarei o olhar, discretamente…
Discretamente, se me vens contente,
não pedirei relato dos teus passos…
Ressurgirei das cinzas negras, frias
que me cobriram por milhões de dias
enquanto andavas por jardins (ou lodos…)
E mais que o antigo amor, o amor de agora
me levará enquanto tarda a aurora,
por sobre as nuvens, entre os astros todos!
___________________________
POR QUE?
Divenei Boseli
Homem, que te deitaste, ousado, em minha cama
e comigo fizeste os filhos que tivemos,
como é comum ao ser que vive, luta e ama
e mostra a todo mundo a farsa que vivemos;
homem, que me envolveste em ardilosa trama,
comigo tripudiaste e, em brigas, nos batemos,
como é comum a quem faz da comédia o drama
e vai expor na feira os sonhos que vendemos;
a quem eu escrevi meu verso mais amargo,
por quem cedo verti a lágrima mais linda
e tarde desprezei, audaz, com gesto largo;
se até já te esqueci, se a nossa trilha é finda,
por que te escrevo agora estes versos de embargo?
Se não te quero mais, por que te escrevo ainda?...
* * *