olhos azuis
Quem me dera viver um dia para rever teus olhos azuis.
Ouvir teu riso estrondoso e sentir teus lábios carmim.
Num doce e gostoso choro, num afagar sem fim.
Beijar teu rosto, perfume de erva-doce, semente de anis.
Sou agua, rio na vazante a transbordar,
Por vezes sou como sereno, gotas a chorar.
Sou leve, liso e líquido, manso e sem gosto.
Falta o tato aveludado de minha alma em seu rosto.
O dorso da mão sobre a fronte e a palma exposta.
Cabelos ao vento, a outra flexionada sobre as costas.
Um só pé no apoio, o outro levemente à frente.
Foi esta a imagem que ficou em minha mente.