AMOR SALGADO

Há muito cedo não durmo

Te procuro na cordilheira mais profunda

Nos píncaros alterosos busco teu conjuro

Tua boca úmida me faz descer até a tua caverna mais funda

Ando como as bailarinas suspirando de tontas

Minhas pedras estão nas tuas praias de pedrarias

Escuto o mar das tuas enchentes contas

Minha concha espera por teu suor sagrado escorrendo em sangrias

É morno teu gemido de maresia

Jamais teria te salgado

Não fosse a sede de banho

Tua silhueta é sereia de poesia

Me sinto Netuno por ti amado

Tridente na tua pele ofegante peixes na rede de meu rebanho

Jasper Carvalho
Enviado por Jasper Carvalho em 10/04/2012
Reeditado em 10/04/2012
Código do texto: T3603924
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