AMOR SALGADO
Há muito cedo não durmo
Te procuro na cordilheira mais profunda
Nos píncaros alterosos busco teu conjuro
Tua boca úmida me faz descer até a tua caverna mais funda
Ando como as bailarinas suspirando de tontas
Minhas pedras estão nas tuas praias de pedrarias
Escuto o mar das tuas enchentes contas
Minha concha espera por teu suor sagrado escorrendo em sangrias
É morno teu gemido de maresia
Jamais teria te salgado
Não fosse a sede de banho
Tua silhueta é sereia de poesia
Me sinto Netuno por ti amado
Tridente na tua pele ofegante peixes na rede de meu rebanho