Num girassol
“...entre as folhas vazias que o destino coroa e abandona,
há um rio que cai numa ferida...” Pablo Neruda
Um verniz despacha a condição desesperada do passado,
imbróglio desperdiçado do além, do derretido e do gasoso
despencado das nuvens que dá a luz no deserto,
entre as cinco semanas de oito tempos.
Recompõe o estilo na passagem que desfila os sábados
amontoados, num desalinho reto até o reverso,
em verso marcha os anéis do destino.
Encontrei a revoada dos girassóis que amanheceram
perfumados pelo sangue da rosa, vermelha,
bela, escancarada em volta das janelas,
cercando o arquétipo do menino.