Soneto de um mendigo

Soneto pela memória de um mendigo que andava errante pelas ruas de minha cidade. Morreu no dia 07/04/2012

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*A um mendigo

Aquele olhar absorto (em vã tristura),

Andava num pesar d'Alma isolada.

Num andar arquejante, disfarçada,

A dor era sentida em vil brandura!

Silente pela estrada, em desventura,

Vivia ali deitado na calçada.

A Lua, tão fraterna e tão amada,

Foi seu único amigo, porventura!

Aquele olhar fremente p'r'o vazio...

Aquele andar tão trépido, tão frio...

Escondem o mistério dos mendigos!

Ou talvez fossem só reflexos vis

D'execrável sentir... Pois nos civis

Não via corações em tons amigos!

*Decassílabos no ritmo heroico

08/04/2012

Innocencio do Nascimento e Silva Neto
Enviado por Innocencio do Nascimento e Silva Neto em 08/04/2012
Reeditado em 09/01/2013
Código do texto: T3601823
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