Enluarada
Eu quero a noite para um amor
há tanto existindo e longe de mim;
quero desabrochada ao luar a flor
que se abrisse em vermelho carmim.
Pólens e ventanias a céu aberto, o frescor
espargindo perfumes de trigo e alecrim,
tudo quero: a relva casta deitada, por
leito esponsal posto em lençóis de cetim...
Eu quero estar sob o orvalho que vier,
excitar-me umedecido no meu fascínio
porque, numa noite ainda de luar branco,
quero sobre o peito da minha mulher
reencontrar a lassidão de gozar menino
na enluarada mulher que assim quero tanto.
Eu quero a noite para um amor
há tanto existindo e longe de mim;
quero desabrochada ao luar a flor
que se abrisse em vermelho carmim.
Pólens e ventanias a céu aberto, o frescor
espargindo perfumes de trigo e alecrim,
tudo quero: a relva casta deitada, por
leito esponsal posto em lençóis de cetim...
Eu quero estar sob o orvalho que vier,
excitar-me umedecido no meu fascínio
porque, numa noite ainda de luar branco,
quero sobre o peito da minha mulher
reencontrar a lassidão de gozar menino
na enluarada mulher que assim quero tanto.