Minha Amada...

Minha amada, contempla quanto mal;

Fez tua indiferença ao meu amor.

Já murchou deste campo cada flor,

Pois, com pranto, afoguei a terra em sal.

Contempla este vil fumo lacrimal;

Que exala desta terra em atro horror;

Tingindo o céu de túrbido negror;

- Tão díspar de teu rosto angelical.

Contempla com mor tento o quanto chora;

O céu, que mais não vê a luz d'aurora;

E sofre com meu negro pessimismo.

Minha amada, ora vê meu triste rosto,

Olha meus olhos fartos de desgosto;

E contempla o infinito atroz do abismo!

Ivan Eugênio da Cunha
Enviado por Ivan Eugênio da Cunha em 08/04/2012
Reeditado em 13/11/2012
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