DESENCANTO
Interiormente luto para esquecer o grande amor
O depositei aos pés de uma mulher insensível
Com os olhos encharcados caminho pela estrada da desilusão
Cambaleando pelas ruelas esburacas rego com choro cada passo
Chuto pedras tão solitárias quanto eu
O cansaço me é doloroso
Calos queimam!
Minha face vincada por rugas profundas
Adquirida de tanto pensar naquela ingrata
Salpico a escuridão com raros vagalumes para não enlouquecer
No turbilhão de lembranças da minha ingenuidade
Ouço alguem chamar por mim com suavidade
Finjo não ouvir
Jamais deixarei me envolver novamente
Por sorriso marotos, sensuais, olhares brilhantes ou fragrâncias adocicadas
Meu coração antes vibrante e alegre
Hoje não passa de uma máquina fria há pulsar num peito desnudo.