As Margaridas

Quando cheguei naquele ocaso vago

e já te foras sem dizer adeus,

não foi a vida que me fez amargo

nem a tristeza do que se perdeu...

Não doeu tanto descobrir tapera

aquele rancho que sonhei pra nós

nem retornar, após a longa espera,

e abrir a porta sem ouvir-te a voz.

Não doeu tanto a solidão do mate

nem o silêncio em volta do fogão

nem o perfume que ficou no catre.

A dor maior das dores que senti

foi ver morrerem sem chegar-te as mãos

as margaridas que colhi pra ti.