Acalanto - II
 
 
 

Nos teus braços, meus braços dão a outros o adeus.
Meus braços, nos teus braços, lançam mãos dos meus.
Nos teus braços, não tenho braços: meus braços são teus;
venho menestrel cantar baladas em tuas mãos de Orfeu.
 
 
Anuncio paz nos teus braços, e decido temas de guerrilha.
Nos teus braços, remeto notícias de sorte aos da família.
Declaro, nos teus braços, duelo ao país das maravilhas:
Ressurjo dócil, nos teus braços, para afagar filhos e filhas.
 
 
Posso, nos teus braços, marcar encontro com os tropeços
porque, nos teus braços, admito o meu destino travesso:
Pois, nos teus braços, não sou parte, nem cheiro, nem idéia.
 
 
Invento, nos teus braços, braços e pernas de centopéia.
Revisto-me, nos teus braços, galã trazendo cor e azaléia
e, com nossos braços, insiro no teu corpo o meu começo.




Milton Moreira
Enviado por Milton Moreira em 08/04/2012
Código do texto: T3600759
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