Nubentes
Contemplemos nós dois o cintilar do manto:
noite, há estrelas e olhos infinitos no céu
ali se acumulando airosos num recanto
e, em ciranda, brincam de “passar-anel”.
Mãozinhas em riste, bonequinhas de mel,
interpeladas juras de amor imenso e tanto...
Uma estrela apontará o cavalheiro de chapéu;
outra, a dama em cuja boca verte o encanto.
Julgarão por si os passionais delitos do réu,
quem, num universo de fantasia e brinquedo,
permitira-se conduzido por ilusões incautas.
Já a noite as lambuza num doce de flautas
e de sonhos. Nós dois, todavia nossos dedos
farão carícias – ao reluzir da pedra e do anel.