NÃO HÁ NOVAS...
Velhas formas de dizer saudade,
Mesmos gestos a falar de amor,
Mas, quando a ausência invade,
Revelo sempre uma nova dor.
Não há água nova nesse rio vão,
Pontes de mera íris arquitetura,
No correr dos olhos pura solidão,
A rolar no rosto sal e mel, mistura.
Somando todas antes desventuras,
Dores que marcam em carne crua,
Crescente patrimônio desse coração.
Porão de coisas inúteis que guardo,
Mundo que crio e sempre aguardo,
Uma nova lua velha de pura escuridão.