Soneto IV

Palavras; é melhor viver sem elas,

Ou conviver com a contradição.

Deveras ser esta minha missão?

Ou será prole de engenho de trevas!

Oh! Samael! Inocula nas Artes,

És florescência dos bosques das letras;

E minhas palavras engulo inteiras,

Que vomitadas prosaicas nas tardes.

És a nobreza da simplicidade,

Voando incerta por ares amoenus,

És casta filha da vulgaridade.

Não coro que deploro seus grudentos,

Versos sedentos de fraternidade,

Porque fraternos não são seus inventos.

Luís Clemente de Campos
Enviado por Luís Clemente de Campos em 06/04/2012
Código do texto: T3597574
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