Feitiço cíclico
Oh, natureza mortal que me dá a vida,
Quero pedir-te a água da cachoeira
Que entre as matas escondida
Fere a beleza dos velhos aposentos com poeira...
Mas que tristeza será maior
Do que viver num mundo de doentes?
Mas por que a água molha e, pior,
Entra no corpo, dentro da gente?
As respostas para essas perguntas me atiçam
A escrever este poema, pois sou poeta da vida,
Mas amo a tristeza das poeiras que enfeitiçam...
Mas que feitiço será maior do que sentir a água límpida
Entrar em seu corpo e apagar o fogo que a palha atiça?
Sim, existe maior feitiço: é a morte, é a vida...